Título: Serenata a Coimbra
Subtítulo: Fado Fantasia
Música: Raul de Campos e César Magliano
Origem: Coimbra
Função inicial: orquestra ligeira, salão
Data: 1913-1914
Peça instrumental em compasso quaternário, com abertura em Sol menor e desenvolvimento em Sol Maior, este bem marcado pelo solo de violino.
Na reconstituição da peça deverá atender-se ao espírito de época, isto é, à polivalência da Canção de Coimbra como género artístico que entre finais do século XIX e inícios do século XX contemplava serenatas de cortejamento, serenatas-espectáculo, momentos de convivialidade em múltiplos salões da cidade de Coimbra e Beira Litoral, animações de praias, casinos e termas, bem como encenações levadas à cena em casas de espectáculos. Na cultura de salão era então muito comum interpretarem-se peças de rua ao piano, ou combinando instrumentos como o piano, a guitarra, a flauta e o violino.
A biografia de Raul de Campos, músico activo em Coimbra nos anos da Primeira Guerra Mundial, não está levantada. Este autor deixou alguma produção impressa correlacionada com o universo da Galáxia Sonora Coimbrã. César Magliano era um músico profissional de origem italiana, com actividade conhecida em Coimbra desde os alvores da Grande Guerra. Trabalhou como professor particular de música, deu aulas no Colégio de S. Pedro, e a partir de finais da década de 1930 dirigiu artisticamente o Rancho das Tricanas de Coimbra, representando um certo entendimento do folclore. Autor de um reportório eclético, apto a satisfazer gostos pequeno-burgueses, Magliano era nas décadas de 1930-1940 um dos melhores profissionais activos em Coimbra, apenas rivalizando com ele em pé de igualdade o músico militar João de Oliveira Anjo.
Esta “serenata”, composta de 1913 para 1914, tem a peculiaridade de configurar uma co-autoria. Terá conhecido alguma popularidade em tempos de fim da Belle Époque, uma vez que foi impressa na cidade do Porto, pela Tipo Lito Portuense, ao preço de 40 centavos, trazendo no rosto identificação completa e uma figura feminina com aspecto de Vénus primaveril.
Texto: AMNunes e José Anjos de Carvalho
Transcrição: Octávio Sérgio (2008)
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