NOVOS ÁLBUNS DE FADOS DE COIMBRA
Por Sansão Coelho (sansaocoelho@sapo.pt)
Num período de três meses entraram na discografia do Fado-de-Coimbra, pelo menos, quatro importantes edições em CD. O álbum-efeméride da TOADA COIMBRÃ, o CD de reencontro com FERNANDO ROLIM que poucas vezes gravou, um duplo CD de JOSÉ MESQUITA a inserir inéditos acompanhamentos à guitarra pelo saudoso PINHO BROJO, e o GRUPO COIMBRA com um C.D. intitulado (apenas) COIMBRA e a voz de JOÃO NUNO FARINHA a cantar grandes poetas portugueses, acompanhada por dois virtuosos instrumentistas (guitarra e viola) e com a agradável “invasão” de outros instrumentos como violino, acordeão, piano. Não sou “fundamentalista”, nem intolerante, e como tal gosto de salutares “provocações”. Gosto de trabalhos construídos com mestria, inteligência e fidelização às raízes, mas nunca impeditivos da abertura a novos caminhos. Foi a abertura do fado de Coimbra à trova e à balada que permitiu a Zeca Afonso, Adriano, António Bernardino e Luís Góis, entre outros também de prestígio, elaborarem “crónicas musicais da vida portuguesa” que foram machadadas no Portugal obscuro...que se abriu em Abril de 74. Várias entidades têm dado apoio ao Fado de Coimbra a começar pelo município que criou o Prémio Edmundo de Bettencourt, concurso que ficou no ano passado e de forma inexplicável...vazio. O acto de gravar responsabiliza os grupos musicais e os cantores. Implica contributos de prestígio ou desprestígio para o Fado-de-Coimbra, uma área onde também às vezes, e alegadamente, vende-se gato por lebre em espectáculos ao vivo ou em gravações. É bom afinar a voz e pedir sempre o melhor em FADO DE COIMBRA. Admito que o meu papel de receptor configure um ouvido estragado pelo que solicito a bondade das vossas desculpas. E oiçam, caros leitores, fados de Coimbra. É um género musical muito bonito. Recomendo a audição destes recentes quatro álbuns.
Do jornal "O Despertar"
0 Comentários:
Enviar um comentário
Subscrever Enviar feedback [Atom]
<< Página inicial