COIMBRA
Coimbra
a cidade por onde meus olhos pastam na água ...
desencontro e moradia de hostes incrédulas no tempo
como dom pedro das sete partidas margino a ideia de lá ter estado
Zeca e Adriano foram meus nativos
ficou Octávio Sérgio, o da guitarra, deste engenho do coração magoado
que súplica imerecida galopa na ostracidade do vivido?
que marés ensonam os teatros do mundo?
meu amor de lótus e de lúpus a subir a calçada!
meu princípio de fim de mundo!
meu beco da anarda!
onde está a vizinha velha que me gritava à entrada da casa?
onde está a clepsidra da revolução encantada?
velha praça da república, redonda, por onde já ninguém circula
com os olhos postos na lua!
onde está o incêndio do acorde na viola do Paulo Vaz de Carvalho?
onde está o juramento militante?
onde estão os poemas? onde?
regresso a casa.escalo o portão.subo as escadas.é madrugada.bato á porta.
meu pai aponta-me o revólver
"podia ter - te matado"
aurelino costa
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